quinta-feira, 31 de maio de 2007

A necessidade do conhecimento. Um basta ao Analfabetismo Político


Política é a arte de conquistar, manter e exercer o poder. Essa frase foi dita por Nicolau Maquiavel, nome bastante conhecido na seara política, referência para uns e estorvo para outros. Quando falamos em “política”, vem à mente das pessoas muitas vezes, a idéia de poder. A palavra é de dissidente do grego “polis”, que significa cidade, logo, o significado para política seria tudo o que está relacionado aos interesses da cidade, dos habitantes e situações que a compõe.
Embora o conceito seja esse, não é o que vem se praticando pelos representantes das cidades, estados ou países. As questões sociais têm ficado em segundo plano para os governantes, que têm priorizado os interesses pessoais e para uma classe ínfima da população, a qual podemos chamar de Classe Rica.
A política então abre-se para um jogo de interesses entre os homens que, em época de eleição, dizem ser os menos abastados sociais a parte para quem voltarão a atenção, eleitos, o relacionamento fica mesmo entre o Estado com seu governante à frente e o setor empresarial. Esse tipo de prática denominamos plutocracia, do grego Ploutus: riqueza; Kratos: poder. O governo dos ricos e poderosos.
Aliada à plutocracia, é comum encontrarmos a cleptocracia, palavra de origem grega que significa, estado governado por ladrões.
O analfabetismo político é a base sustentadora desse processo de degradação dos interesses sociais que dizem respeito à maior da população. É compreensível que nem todo mundo goste de política, o que não dá para entender e aceitar é o descaso com que o tema vem sido tratado principalmente pelos jovens.
O pior analfabeto é o analfabeto político. Ele não ouve, não fala, nem participa dos acontecimentos políticos. Ele não sabe o custo de vida, que o preço do feijão, do peixe, da farinha, do aluguel, do sapato e do remédio depende das decisões políticas. O analfabeto político é tão burro que se orgulha e estufa o peito dizendo que odeia a política. Não sabe o imbecil que, da sua ignorância política, nasce a prostituta, o menor abandonado, e o pior de todos os bandidos, que é o político vigarista, pilantra, corrupto e lacaio das empresas nacionais e multinacionais.” Essa concepção do escritor Bertolt Brecht, é a pura realidade do que vem se perpassando com o tempo nas mentes dos indivíduos. A cada dia você escuta um número maior de pessoas dizer que não gosta de política, que não ta nem ai, que “eles” estão ganhando o dinheiro e nem lembram da nossa existência... Essa irresponsabilidade e omissão em nada ajudarão na reversão dos problemas que assolam a camada pobre da sociedade, pelo contrário só servirão para manter dados como estes:

  • 92% dos estudantes não procuram saber quanto os candidatos gastam;
  • 55% não assistem aos programas eleitorais;
  • 62% não acompanham a atuação dos eleitos;
  • 50% não se interessam por política.

É possível que o cidadão não aprove algumas das políticas governamentais, o que não é plausível é que ele não conheça o país, o estado ou a cidade em que vive e ainda assim se sinta no direito de reclamar dos governantes que ele mesmo escolheu.
O conhecimento é a ferramenta para mudar o mundo. Para que o poder dominante continue é preciso que o analfabetismo político se postergue, sendo assim, tudo continuará com a mesma roupagem e naturalmente continuará sendo visto com a pertinente indiferença. Tal situação só contribui para que a democracia, o poder do povo para o povo, se procrastine sendo uma verdadeira utopia.

domingo, 27 de maio de 2007

Educação

É interessante ter como objeto de análise a educação, se observarmos o seu comportamento baseado nos modelos socialistas e capitalistas. É importante deixar claro a divergência, ou seja, o contraste que há entre essas duas linhas de pensamentos sociais. Dentro do capitalismo encontramos uma situação paradoxal, de um lado você tem presente uma linha ideológica escolar consistentemente ativa no life social, e de outro, uma redução da importância da educação para um contingente relevante de grupos, estamentos, característicos da sociedade capitalista.
Há algumas décadas passadas, em que a escola foi foco de ataques deliberados por grupos anarquistas intelectuais. Tais ataques não galgaram, contudo, o incentivo respaudoroso de setores sociais, por exemplo: a burguesia, os trabalhadores manuais etc. Em detrimento à situação, a ideologia escolar continuou presente, ativa, na vida social: houve a simplificação de uns tempos para cá, temas como processos seletivos para ingresso em universidades, supletivos e programas de ensino básico para adultos, até certo ponto, ganharam espaço.

Faz-se válido atentar para a situação, onde na seara das políticas neoliberais se discute a educação da escola, ela sendo de suma importância para o nivelamento da sociedade no que tange o desenvolvimentismo, de forma intensa. O objetivo é explicar as derrotas, os declínios guardados de outros ensejos da política estatal.
A classe média incentiva seus filhos a estarem concluindo o ensino médio, a ingressarem nas faculdades. Ficar de fora das exigências do mundo capitalista e globalizado não é garantia para os pais desses jovens que com o passar dos tempos aos dias de hoje, estão cada vez mais preocupados com a possibilidade de sucesso ou infortúnio dos seus descendentes. Toda essa inquietação advém da necessidade de não sofrer ou ser atingido pela má distribuição de renda, pelo desemprego, por isso a qualificação acadêmica é tão enfatizada e prezada.
Este anseio da classe média no âmbito sócio-profissional leva a uma superqualificação do sistema educacional dos países capitalistas, sendo que isso não ocorre por intenção do empresariado, concomitante a isso está a degradação, depreciação do ensino superior.
Superar a história do sistema capitalista de escolarização, implica na quebra ideológica da “pequena-burguesia” do conhecimento, que lidera nas bases sociais capitalistas, a transmissão da sapiência cientista ao clientelismo escolar. De fato o elitismo é escancarado no sistema educacional capitalista, isso prejudica o contexto de produção da teoria e prática na sociedade.
A maneira socialista de educar não visa ser igual à capitalista, deve-se eliminar essa idéia de fazer da educação escolar mais um meio de rentabilidade e aumento de ganhos, lucratibilidade. Está garantida constitucionalmente para o indivíduo, a obrigatoriedade do ensino fundamental, essa prescrição é dotada de responsabilidade civil, onde atuam os pais, e a responsabilidade política, ligadada ao estado. Devem-se manter as vozes bem altas clamando e gritando pelos seus ideais de uma escola pública igualitária, onde o maior propósito seja o aprendizado, o crescimento do intelecto para que esse venha auxiliar futuramente na conquista de uma sociedade mais homogênea.
Um fator importante, possivelmente interfere para a não concretização desses e de muitos outros ideais socialistas: a resignação. Enquanto a população tiver em mente, que alguns dos serviços dos quais usufruem a classe média não são para eles e consequentemente para os seus filhos, a prática mercantilista educacional se postergará como modelo ideal e excludente.
Com esta situação, o fluxo de ingresso nas escolas públicas, sendo elas de qualidade inferior às particulares, findará na evasão, só que numa dimensão maior que a atual. Cabe á democracia social, fazer com que o ensino público de qualidade obrigatório deixe de ser desvirtuado e utópico, e seja aplicado às massas, esse deve ser o comportamento dos idealistas do socialismo, a fim de barrar essa procrastinação da plenitude educacional, qualidade e ensino andando juntos para garantir o inicio da reversão desse quadro de infortúnio do saber.
Importante ficar claro que o objetivo desta luta socialista por instituir a obrigatoriedade da escola gratuita e de qualidade é formar em longo prazo cidadãos com um teor pró-comunista, ou seja, um sistema organizado com condições intelectuais e culturais mínimas, decisiva para o pleno desenvolvimento de variadas potencialidades e o desvirtuamento do capitalismo afunilador.
A educação política do socialismo representa o meio para se chegar ao “novo homem”. Ela se norteia pela conscientização do indivíduo no que tange à participação política dele, o propiciando realização psicológica e intelectual. Estabelecer que a participação política é um dever socialista, este não sido realizado terá como conseqüência “a redução da comunidade socialista a uma mera forma sem conteúdo.
Se nós voltarmos nossos olhares somente para o Brasil, verificaremos que a divisão social, a desigualdade social impera e isso influencia de maneira decisiva para os altos índices de evasão escolar e analfabetismo. O governo comemora alguns índices com um garbo de hipocrisia que é digno de questionamentos, afirmam que 98% dos jovens estão matriculados em alguma instituição de ensino, seria de estender aplausos a esta gestão concluísse, pois, este percentual, o ensino. Muitos desses alunos se dirigem à instituição de ensino para garantirem, quiçá, sua única refeição diária. 16% desses concluem o ensino básico.
Não podemos citar somente o ingresso dos brasileiros nas escolas, convenientemente é obrigatória a concessão de qualidade e estrutura digna para se ter acesso aos conhecimentos, como já fora citado supra, não se pode permitir mais que um pai não lute para que seu filho tenha uma educação equiparada à de um alunos de escola particular.
Infelizmente é possível esbarrarmos com pessoas, sustentadoras e mantenedoras desse sistema excludente, onde só tem vez o que dispões de verba para garantir sua formação intelectual na rede privada da educação, ou ainda infeliz, quando encontra-se um indivíduo que comemora índices como os citados, sustentando sua comoção com o discurso alienado e repleto de resigno:
- num é de qualidade mas tem, pior seria sem!

De quem é mesmo a culpa??? Hum...
















Charge extraida do site:
http://www.sponholz.arq.br

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Minha Vida

Por alguns instantes cheguei a passar mal!
Tamanho é o amor que sinto por ti
Uma amalgama de sentimentos tomou conta do meu ser, do meu espirito:
tristeza, raiva, perda... saudade!
Imaginar que poderia não ter-te mais... Terrível!

Mas esta insalubre sensação se esvaiu com sua presença, que alívio.
Como é bom tê-la comigo! Como é bom viver contigo!
A sua existência dá sentido à minha felicidade...
És a pessoa por quem vivo
És a minha Vida!

Diego Salviano



quarta-feira, 16 de maio de 2007

"O analfabeto político"


Ah... Me sinto tão feliz!
Me sinto regozijado
Não podia estar melhor
Tudo vai de vento em popa.

As minhas dívidas foram pagas parcialmente
O meu salário aumentou 3%
A protagonista beijou o mocinho na novela
E eu continuo a beber frequentemente.
Realmente, finalmente...
Eu comi a minha namorada
Eu espanquei um antigo e irritante rival
Eu fumei maconha
Eu fui ao porto da barra.
Eu senti o prazer da academia
Eu descobri que sou "Chicleteiro"
Eu investi em roupas de marca
E no bingo deixei o meu dinheiro.

Ah... Como me sinto bem
Sou uma pessoa informada
Informada da conjuntura atual, dos males...
E de todos os problemas que atormentam o meu país.

O Brasil está em pânico!
Não consigo mais durmir em paz!
Parece que a Siri brigou com o Alemão
E agora?
O que será de nós?
Se Deus quiser, tudo ocorrerá bem, e eles permanecerão juntos.

Ah... Esses meus problemas...
Como me consomem
Como?

Entretanto, quando parecia que o mundo ia acabar...
Eis que uma luz surgi para salvar noso povo:
O santo Papa agora está entre nós!
Me disseram também que a nova reencarnação do Messias seria do Brasil
E que essa pessoa possui uma imperiosa coroa, uma majestosa barba, e que conta com o
auxiílio de nove dedos nas mãos.
Ainda não consegui descobrir quem é o tal Deus Brasileiro, mas já fico tranqüilizado em
saber que, em breve, serei abençoado por ele.
É muito bom para ser verdade!

Ah... Como eu sou feliz!
Ah... Como o sol aqui brilha!
Ah... Como é bonita a torcida do Bahia!
Ah... Meu Deus... Ah!

Eu que adoro TV
E que não gosto de ler
Assim quero sempre viver
Eu que odeio política.


Texto escrito por Mitchell Almeida - Excelente escritor e estudante de jornalismo.
Essa e outras obras você encontra acessando:
http://www.nonchalances.blogspot.com